domingo, 17 de junho de 2012

"As Long as you don't choose, everything remains possible"

Recentemente, sugeriram que eu visse esse filme. Confesso que nunca havia ouvido falar dele, mas fiquei curiosa e assisti. Um dos mais belos filmes que já vi.

Mr. Nobody (2009)


É uma produção belga, então imagino que não muitas pessoas tenham ouvido falar. Estamos tão acostumados a blockbusters ou comédias românticas hollywoodianas (alguns muito bons, não posso negar) que às vezes não damos valor ou não chegam até nós outras brilhantes produções. É muito difícil escrever uma sinopse do filme. Digamos que ele se trata de possibilidades, na vida e no amor, que acontecem por escolhas e acasos. Portanto, Nemo Nobody (um nome muito sugestivo) é um velho de 118 anos, único mortal na Terra (onde agora os humanos são imortais), que é requisitado para contar sua história de vida, e o que lembra são inúmeras diferentes histórias que tomam forma de acordo com importantes decisões que escolhe fazer em sua vida. Nemo viveu e ao mesmo tempo não viveu nenhuma delas. Sim, é difícil entender, mas depois que termina, tudo faz sentido (ou não, rs). Mr. Nobody conhece Anna, Elise e Gene, vive o amor com cada uma delas ao mesmo tempo, em realidades diferentes, como em um efeito borboleta (não, Mr. Nobody não é parecido com o filme Efeito Borboleta, é mil vezes melhor). Em um certo momento, Nemo fala do Universo, das dimensões do Universo, e de quantas coisas não conhecemos. Mas ele tem a capacidade de caminhar por essas dimensões, o que torna o filme não-linear. Enquanto eu lhe assistia, tentava dar sentido às coisas, e no fim, percebi que não se trata de procurar dar-lhe sentido de forma usual, com começo meio e fim, mas de questionar-se, sobre o tempo, o espaço, as nossas escolhas, o amor e até a morte. O que é real? O que é imaginação? Que isso importa? Qual é o melhor caminho a se escolher? Existe uma melhor escolha ou existem apenas escolhas? E mais importante, talvez: o que move nossas escolhas? Mr. Nobody é uma produção de profundidade artística (belas imagens, principalmente aquelas captadas em slow motion) e filosófica (e se a fumaça que se dissipa do cigarro voltasse ao cigarro, como num caminho reverso à ordem que chamamos de natural?) que eu recomendaria a todos assistirem. Abaixo, segue o filme completo.

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