quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Mestre da Vida

Sabe quando você ainda é jovem e passa por aquelas crises existenciais: o que eu quero ser? O que eu quero fazer? Como conciliar o que eu gosto com o dinheiro? Será que eu deveria pensar no dinheiro? Como me libertar dele? E aí, de repente, você se depara com um filme que toca bem fundo essa alma artista que eu acredito que todos tenham, mas que nem todo mundo a exponha. Alma artista, pra mim, é aquela que nos inspira a sermos algo muito mais do que ditam as instituições, as profissões, os profissionais. Esse algo muito mais é difícil definir concretamente. Talvez, ele nem tenha como ser definido, porque pra cada um, é uma coisa. Mas é uma sensação de que a gente quer deixar uma marca no mundo, e a gente sente que foi destinado a isso. Pode parecer pretensioso pensar assim, afinal, não nos dizem que não somos nada? Podemos não ser nada comparado ao mundo, com tantas pessoas, mas se todo nada resolve fazer algo marcante, a gente não se torna um conjunto importante? Pra mim, isso é matemática pura (só quem faz pra entender). Bom, prolonguei-me na filosofia, mas há tanto a falar, mas muito mais a sentir.

O Mestre da Vida (2006), de George Gallo

Estava eu no YouTube (santo YouTube) pesquisando filmes para assistir num momento de muito ócio e me deparei com este, O Mestre da Vida. Li a sinopse e dizia ser sobre um jovem chamado John que quer ser artista e pede ajuda a um artista de verdade, Nicholai Seroff, mas este o recusa e é rude. Porém, após muita insistência, resolve tomar o rapaz com aprendiz. Claro que conviver com ele não foi fácil, o jovem teve que ralar. Isso lembra algum outro filme? Na hora, pensei em Karatê Kid! Pois é, não é muito original mesmo, mas como já disse outra vez, nem tudo o que tecnicamente é clichê é de fato um clichê pras nossas vidas, afinal, a gente nunca se cansa de ver o que é belo, certo? E belo, pra mim, é aquilo que toca o coração. Vou citar aqui o monólogo do começo do filme, porque foi por causa dele que o vi todo: "Eu me lembro de como foi, eu 'tava' perdido. Talvez não perdido, mas com certeza à deriva. Eu penso naqueles caras dos filmes que passam fome em uma  balsa provisória sofrendo com as ondas e procurando terra firme, vivendo de esperança. Bom, lá no fundo eu tinha essa ideia louca de que eu estava destinado pra uma coisa bem grande. Não que eu quisesse ser notado, era como se eu estivesse destinado a deixar a minha marca no mundo. Eu me lembro bem do que aconteceu naquele verão. Tinha uma onda de excitação ao meu redor. Eu 'tava' ligado a uma coisa que me guiava desde o meu nascimento. Aqui, agora, no momento em que eu crio, é quando eu me sinto mais confiante. É quando eu sinto que eu faço a coisa certa; uma onda de emoções me atinge, a maioria delas é o melhor que eu já conheci. Mas sempre tem um idiota que julga a gente pelo que a gente faz. As piores críticas normalmente vêm de pessoas que não fazem ideia do que a gente faz, não têm dons próprios, e que ficam irritados quando a gente 'tá' feliz. Então, com alegria eles vêm e nos provocam. A menos, é claro, que estejamos deixando o mundo mais feio. Então, esse tipo de pessoa vem segurar nossa mão com prazer e dançar com a gente na sarjeta dizendo que, assim como eles, vemos como aquilo é horrível e se compraz em comemorar. Mas desde cedo eu aprendi que qualquer idiota pode ver como as coisas estão feias, não precisa ter dom pra isso. Bom, essa é a história de um adulto. Se decidir ser cínico vai ser uma escolha infeliz porque os cínicos normalmente têm razão. Os românticos não, normalmente eles estão errados. Mas um romântico só precisa estar certo uma vez na vida, quando escolhe o seu verdadeiro amor. Eu acho que essa história, na verdade, fala de amor, e talvez fosse melhor que eu só tivesse dito isso, mas então vocês não conheceriam Nicholai como eu conheci, e isso seria injusto com nós dois."
Não vou dizer que é um filme memorável. Precisaria ter passado milhões de vezes na Sessão da Tarde, como Karatê Kid, mas deixa uma pequena marca muito gostosa na alma. A versão que coloco abaixo é dublada (então, pra eu ter gostado, é porque achei bom mesmo, porque deteeeeeesto filmes dublados). Se você achar legendado, creio que seja muito melhor! 

2 comentários:

  1. cara, se eu resolver assistir tudo de legal q vc tem postado por aqui minha vida acadêmica vai por água abaixo!! mtaaa coisa boa!! adorei esse tb!!

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